Uma das questões comuns em vários negócios atualmente é o foco em construir um sentimento de “dono” junto dos colaboradores. Essa questão tem incentivado o uso dos contratos de opção de compra de participação societária, a fim de que os colaboradores possam enxergar, mesmo que no longo prazo, um benefício maior do que somente a remuneração no final do mês. Pensando nisso, definimos por fazer esse artigo para diferenciar duas formas de ofertar participação societária aos colaboradores em suas principais características e ajudar você a escolher o que mais faz sentido ao seu negócio.
Por onde começar?
Antes de mais nada, se você ainda não leu nada sobre o assunto, sugiro que dê uma olhada nesses materiais que temos sobre Stock Options e Partnership:
- NDM Vídeos | O que são STOCK OPTIONS?
- Opções de Compra (Stock options) e a formação de um bom time para a sua startup
- Partnership: 5 passos para montar seu plano de forma profissional
- [eBook] [GUIA] Partnership: Como estruturar dentro do seu negócio?
Conceitos & diferenciais.
Bom, uma vez que você já tenha compreendido os principais pontos, vamos passar brevemente pelo conceito geral dos dois caminhos, Plano de Stock Option e Partnership.
O primeiro é um modelo habitualmente utilizado por empresas que querem premiar colaboradores/parceiros que estejam atuando para que o negócio tenha sucesso no longo prazo, mas sem o ideal de ter essas pessoas como sócias no dia a dia, dividindo decisões mesmo que com percentuais mínimos de participação. Nesse sentido, esse caminho busca, em regra, permitir que o colaborador possa converter sua opção de compra em participação na sociedade/empresa somente em eventos específicos de liquidez.
Temos alguns casos famosos de empresas que executaram esse modelo de forma prática como a Gympass e Rappi.
Já os programas de Partnership têm um foco diferente, voltando a fazer com que os colaboradores se enxerguem como parte da gestão da sociedade, efetivamente como sócios e com uma visão de longo prazo de que faz sentido permanecer investindo todo o capital disponível para ter cada vez mais participação e se tornar um sócio mais relevante dentro da estrutura da empresa.
Nesse modelo, algumas grandes empresas construíram verdadeiros corporações como AMBEV, BTG e XP.
Estruturação societária.
Diante desses dois modelos, uma dúvida comum é sobre como organizar a estrutura da sociedade para aplicar algum deles.
De forma geral, pode-se afirmar que o primeiro passo é ter um percentual pré-determinado que servirá como pool para distribuir as opções de compra aos colaboradores.
O que deve ser evitado é que a empresa vá cedendo participações societárias sem prever um limite máximo previamente definido. Isso porque haverá um risco relevante de muita diluição societária para premiar colaboradores e que pode custar muito caro no futuro próximo.
Genericamente, é possível dizer que o padrão de participação societária tende a não ser superior a 10% da sociedade. Em muitos casos se constroem novas sociedades para abarcar especificamente os colaboradores premiados, afastando um pouco eles da sociedade principal, mas isso é bastante particular e diversos outros negócios não recorrem a esse tipo de estrutura.
Portanto, independente do modelo escolhido, é indispensável definir o percentual máximo que será cedido aos colaboradores e, além disso, estruturar os critérios que servirão de base para premiar ou não os membros da equipe ao longo do tempo.
Qual o melhor?
Não se trata de qual o melhor modelo, mas de qual faz mais sentido para o seu negócio.
De um jeito bem superficial, podemos dizer que se você busca um negócio de longo prazo, que cresça e domine o mercado, com um time que também crescerá de forma veloz e focado nos dividendos que a sociedade poderá distribuir, Partnership pode ser uma boa escolha.
Por outro lado, se o seu negócio é focado em crescimento ultra acelerado e com uma estratégia de saída ou liquidez relevante rápida, de forma escalável, talvez um Plano de Stock Option que premie os colaboradores pela valorização do ativo e não pelos lucros a serem distribuídos aos sócios no futuro deve fazer mais sentido.
Conclusão.
Exposto todo esse cenário, as características de cada modelo e uma pequena sugestão simples para ajudar você a escolher o melhor caminho, não podemos deixar de destacar que essa escolha é muito relevante e vai impactar seu negócio dali para frente.
Por isso, não deixe de refletir bastante sobre qual caminho seguir, tome essa decisão somente quando estiver seguro e consciente dos pontos favoráveis e desfavoráveis da escolha e, por último, tenha profissionais que conhecem sobre o tema para lhe auxiliar na parte estrutural dos documentos e negociações.
Por Luiz Eduardo Duarte