Para muitos empreendedores, especialmente startups e pequenas empresas, o acesso a capital é um passo decisivo para impulsionar o crescimento do negócio. Neste caso, a Sociedade em Conta de Participação (SCP) é uma estrutura flexível e eficiente para receber investimentos sem a necessidade de alterar o quadro societário ou ceder o controle administrativo.

Neste artigo, vamos entender como a SCP funciona, suas vantagens para os empreendedores e como ela pode ser uma ferramenta para receber investimentos.

O que é a Sociedade em Conta de Participação (SCP)?

A SCP é uma sociedade não personificada, ou seja, sem personalidade jurídica própria, o que significa que é desprovida de registro ou patrimônio próprio. Neste modelo, uma ou mais pessoas, chamadas de sócios participantes ou ocultos, fornecem capital a um empresário ou empresa, o sócio ostensivo, para que este aplique os recursos em operações de interesse comum.

O sócio ostensivo é quem conduz o negócio em seu nome e assume as responsabilidades perante terceiros. Já o sócio participante permanece oculto, sem envolvimento público, limitando-se à relação definida com o sócio ostensivo.

Como funciona a captação de investimento na SCP?

Imagine uma startup que necessita de recursos para desenvolver um novo produto ou ampliar suas operações, nesse caso, ela pode se associar a um investidor para criar uma SCP, onde compartilham lucros ou prejuízos conforme a participação de cada um.

A estrutura de uma SCP permite que os recursos aportados pelos sócios participantes (investidores) sejam integrados ao patrimônio do sócio ostensivo (startup), que assume a responsabilidade de utilizá-los para alcançar os objetivos do negócio.

O sócio ostensivo deve manter o registro de todas as despesas e receitas, distribuindo os lucros ou eventuais prejuízos com os sócios participantes de acordo com o que foi pactuado e, em regra, é o único responsável por obrigações legais, fiscais e trabalhistas, de modo que o sócio participante não se expõe a riscos diretos. Em resumo, o investidor pode colher os frutos do negócio, sem responder por dívidas ou passivos trabalhistas e tributários.

Por outro lado, a startup recebe o aporte de capital necessário para desenvolver sua atividade sem depender de receita própria, conseguindo escalar de forma mais rápida. Além disso, como o investidor não integra o quadro societário, ele não interfere diretamente na administração da startup, permitindo que o empreendedor mantenha controle total sobre a gestão e as decisões estratégicas.

Conclusão

A SCP é uma excelente alternativa para startups que buscam investimentos sem precisar alterar o quadro societário da empresa. Ela oferece flexibilidade, segurança e a possibilidade de captar recursos de investidores que desejam participar dos lucros, mas sem assumir os riscos e responsabilidades típicas de uma sociedade tradicional.

Contudo, para garantir que esse modelo seja o mais adequado para o seu negócio e para proporcionar segurança na operação, contar com uma assessoria jurídica especializada é essencial para mitigar riscos e garantir o sucesso do investimento. Um profissional experiente conseguirá analisar as particularidades do seu negócio e do investimento a ser recebido, além de elaborar um contrato de SCP bem estruturado, que resguarde os interesses de ambas as partes.